Escuta Ativa no trabalho: como transformar relações e aumentar a produtividade

Um bom líder deve saber ouvir, coletar informações e oferecer conselhos e orientações para sua equipe, e é aí que entra a importância da escuta ativa

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Você já parou para pensar em quantas vezes deixamos de ouvir de verdade o que o outro está dizendo? Somos distraídos por tudo a nossa volta: conversas paralelas, smartphones, televisões, barulhos da rua e pensamentos próprios. E isso é exatamente o oposto da escuta ativa, ou “escutatória”. Mas o que exatamente é a escuta ativa e por que ela é importante?

A escuta ativa, inicialmente uma técnica terapêutica que vem sendo estudada desde 1950, ganhou espaço no mundo corporativo para aprimorar as relações interpessoais. Essa prática envolve dedicar total atenção ao interlocutor, assimilando as informações de forma reflexiva, profunda e empática. A escuta ativa não apenas valoriza quem fala, mas também prepara quem ouve para oferecer conselhos e orientações, fortalecendo a confiança na equipe.

Pesquisas indicam que absorvemos apenas de 20% a 50% do que ouvimos. Ou seja, durante conversas com superiores, colegas ou clientes, muitas vezes prestamos atenção em menos da metade do diálogo. Tornar-se um ouvinte ativo não só melhora a produtividade, mas também impulsiona habilidades de influência, liderança, persuasão e negociação, além de prevenir desentendimentos e conflitos.

A nova geração, criada em um mundo digital, enfrenta desafios na concentração devido à constante exposição a telas. Em um ambiente de trabalho cada vez mais diverso, a escuta ativa torna-se crucial, especialmente em momentos de trabalho em equipe, exigindo empatia e dedicação. Com a tendência do trabalho remoto e reuniões online, a escuta ativa se torna ainda mais essencial. Isso porque, quando estamos conversando pessoalmente, olho a olho, uma palavra mal colocada pode ser compensada por um gesto corporal. Mas, em reuniões por vídeo, é cada vez mais importante não só saber se expressar, como também saber ouvir e interpretar de forma eficiente. 

Benefícios da escuta ativa na empresa:

• Confiança:

  • Desenvolve a confiança na equipe e nas relações com clientes.

  • Mostra interesse genuíno, fazendo o interlocutor se sentir valorizado.

• Relações interpessoais:

  • Melhora a comunicação interna, eficiência e segurança da equipe.

  • Fortalece a relação com clientes, criando uma conexão mais profunda.

• Empatia:

  • Ensina a ouvir sem julgamentos, promovendo relacionamentos saudáveis.

  • Demonstra interesse no ponto de vista do outro, evitando desconfianças.

• Diminuição de conflitos:

  • Reduz conflitos, aumentando a produtividade da equipe.

  • Evita desentendimentos futuros ao absorver mais informações.

• Melhoria na absorção de informações:

  • Aprimora a coleta de informações valiosas em comunicações internas e externas.

  • Capacita profissionais a usar informações estrategicamente.

Como se tornar um ouvinte ativo:

• Preste atenção:

  • Dedique total atenção ao interlocutor, evitando distrações.

  • Mostre interesse genuíno no que está sendo dito.

• Linguagem corporal:

  • Interprete a linguagem corporal para compreender a mensagem.

  • Utilize sua própria linguagem não verbal para se comunicar eficientemente.

• Não julgue e seja empático:

  • Evite deixar opiniões pessoais interferirem na comunicação.

  • Pratique a empatia, entendendo o ponto de vista do outro.

• Faça perguntas:

  • Não hesite em esclarecer dúvidas para garantir entendimento.

  • Perguntas demonstram interesse genuíno e ajudam a reforçar a mensagem.

• Ofereça feedbacks:

  • Mostre compreensão ao oferecer feedback construtivo.

  • Demonstre que você assimilou a mensagem e está disposto a contribuir.
    

Por que ouvir é importante?

Caso você estiver com muita dificuldade de continuar concentrado no diálogo, tente repetir mentalmente as palavras do seu interlocutor enquanto elas são faladas. Isso vai reforçar a mensagem e te ajudar a manter o foco. Lembre-se, ser um ouvinte ativo exige interesse genuíno e disposição para ouvir. Um diálogo eficaz não se resume apenas à fala, mas também à escuta atenta e participativa.

São poucos os que de fato se esforçam para serem bons ouvintes, mas são estes os que se destacam. Como já disse Rubem Alves:

“Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil”